Você passa meia vida nessa maldita filosofia e percebe que, de repente, não pensa mais nisso. Sinal de alerta, algo está terrivelmente errado. Suas mãos já não gelam como antes, seu corpo responde a tudo num milésimo de segundo e existem coisas voando no seu estômago. Então você entende que isso sim dá medo. Quando alguém se apaixona, tem dois caminhos. Ir em frente ou partir. Nem sempre temos escolha, as vezes o coração responde por si próprio, e foi exatamente aí que cheguei onde estou, pacata, escrevendo pra ninguém ler. Aconteceu comigo, vai acontecer contigo, acontece com todos. E quando isso acontecer, meu caro, você não terá tempo pra se despedir de quem você era, nem tempo pra dizer olá para a pessoa que vai se tornar. Simplesmente acontece. Mesmo que tentes evitar, uma hora essa armadilha criada por uma conspiração do universo, vai chegar, e dependendo das proporções, vai se tornar cada dia maior, mais presente, mais significante, até que você não sinta sua respiração. Até que abrirá os olhos pela amanhã e se dará conta de que está pensando de novo na mesma coisa que pensou antes de ir dormir. E então tudo cresce. Tudo aumenta. Forma, tamanho, ação e reação. E quando estou sorrindo, pensando naquele mesmo assunto, é aí que vejo que está fora de controle, então me pergunto "Porque eu? Porque justo comigo?!". Tarde demais.
E aí alguém pergunta "Qual seu medo? Do amor ou de não ser correspondida?"
"De amar, meu amigo, de amar."