domingo, 15 de maio de 2011

Uma pedra em meio ao oceano

Tudo o que penso em escrever é tão comum, é tão cliché. Mas e daí? O amor é cliché.
Normalmente as pessoas referem-se a pedras como obstáculos, barreiras, caracterizam-na como sua forma, pesada e sólida, mas no meu caso, devo citar que a pedra subtrai todo e qualquer negativismo. Pedras são sólidas, estáveis, firmes, concretas, seguras. Mares são instáveis, profundos, penetrantes, inseguros, perigosos. Pedras são admiráveis em sua síntese, enquanto mares, são apenas atrativos que libertam seus desejos mais profundos.
Imagine viver toda sua vida acorrentado à um mar que afoga seus próprios sonhos, que destrói suas próprias esperanças e que te leva até um turbilhão de infelicidades. Imagine tentar respirar e não conseguir encontrar ar suficiente para preencher sequer um terço de seu pulmão. Imagine tentar chegar à superfície e se deparar com apenas água, e ainda sim buscar forças para continuar nadando. Imagine-se à mercê de um maremoto, enquanto tudo parece desabar. E quando você finalmente fecha os olhos e aceita que esse é o inevitável fim, se depara acolhido, seco, à sombra. Se encontra satisfeito, seguro, amado. E tudo o que você pode sentir, é que chegou ao seu lugar almejado, com seus desejos saciados, com seu coração cuidado. O que antes era escuro e sombrio, agora se torna claro e nítido, onde havia tormenta, agora se encontra a calmaria. O que antes não bastava, agora se tornava a única coisa que realmente importava. Eis aqui o seu porto seguro, eis aqui a tua pedra em meio ao oceano.