segunda-feira, 28 de março de 2016

E se...

Engraçado é como já não dá pra falar de mim, sem falar de você, ainda que na primeira pessoa. Andei pensando sobre nós, e percebi que dentre os dias que estivemos lado a lado, e os que não, sempre estivemos juntos. O amor é labirinto, onde os deuses nos soltam separadamente em extremidades opostas e nos assistem. Só pra ver se somos inteligentes o suficiente para nos encontrar novamente. Tudo errado, é o que diz o nosso amor pra nós. Caminhos errados, seria este o momento de duvidar da capacidade de discernimento provável corrompida parecendo intacta. Andando depressa, com os olhos atados, procurando te encontrar e me perdendo, lá vou eu pelo labirinto que é amar você. Na tentativa de não parecer tão perdida por fora quanto estou por dentro. Eu não sei onde vou chegar, nem sei o que estou fazendo, mas sei exatamente o que quero. É como querer montar um quebra cabeças, identificando as peças usando apenas o tato. Dá pra arrumar as peças e deixar cada uma em seu lugar, mas será que é assim que vai ser? Tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. E você... Olha só, eu falando de você de novo. E esse texto nem é sobre você. Tem mais de ti dentro de mim do que eu mesma. Pra te encontrar basta me olhar no espelho. Basta fechar os olhos, ou os abrir. Não importa o que faça, você sempre vai estar ali. E mesmo que não esteja mais um dia, sempre vou encontrá-lo dentro de mim. Quando nos conhecemos e decidimos que ficaríamos juntos, ingenuamente fizemos nossos votos, atando nós em nós, mudando o destino. Ou seria ele esse mesmo? Só não sabíamos quão difícil seria mantê-los. O amor é uma manutenção diária que fazemos dentro de nós mesmos, certificando-se de que está tudo em ordem, para aquilo que sentimos não possa ferir o outro. É fácil dizer que tudo vai se resolver, que tudo vai ficar bem, afinal, é o que todos queremos ouvir. O difícil é matar um dragão por dia e ainda manter o sorriso no rosto, para esconder as lágrimas no coração. Então vejo que amar é mesmo isso o que dizem por aí. Se doar, cruzar os dedos e esperar receber o mesmo de volta, É plantar na incerteza da colheita. É sentir o apertar da garganta e engolir o sentimento, seja ele qual for, na tentativa de parecer menos ridículo. É fazer planos pra amanhã sem saber se ele vai chegar. É viver o agora e já sentir saudade antes mesmo que acabe. É não saber nadar e mergulhar com tudo, sem saber onde é que não vai dar mais pé. É acreditar que a realidade pode ser da forma que se sonha, e ao dormir, sonhar com a realidade. Somos mesmo feitos de superações? Quem se bastar, que supere a si mesmo.