domingo, 15 de dezembro de 2013

Domingo de amar

  Todo domingo poderia ser diferente. Domingos nunca tem hora, nunca tem tarde e nem noite. Domingo é só um dia. Sempre igual. Ele não deveria ser um dia pra sair de casa. Deveria ser o dia sagrado de quem tem um amor. O dia para estar com a pessoa que faz os seus dias serem diferentes. O dia para ficar junto, e junto, escutar suas músicas favoritas. Dia de ir ao cinema, de comer pizza na cama, ver seu melhor filme e não sair nunca debaixo do edredom. Dia de calçar apenas meias e vestir aquela sua velha camisa de algodão. Talvez até suas pantufas de cachorro. De entrelaçar os dedos. Domingo deveria ser o dia de fazer acontecer tudo aquilo que não acontece.
E dormir, ah, dormir! Com o sol lá fora, com as nuvens, a chuva, com a dúvida de saber qual o clima do dia. Pudera eu estar num quarto escuro e mais ainda, pudera eu sentir meus pés encostando nos seus. Ou então poder sentir o seu calor. Deixar meus cabelos invadir o seu espaço, no seu rosto, ou simplesmente estar deitada no seu peito. Sem todos aqueles perfumes industrializados, só cheiro de gente. Cheiro bom de amor que vem do peito. Cheiro bom de domingo.
  E silêncio. Quisera ouvir seu coração batendo, sob o peso do meu corpo. E enfim poder passear meus dedos nos seus e correr os olhos em cada detalhe seu, sem deixar passar nada. Lhe abraçar com os olhos, a forma mais nítida de amor. Deixar que sua voz rouca me faça ouvir um eu te amo, e te cuidar da forma mais pura que só o amor permite. Coisas que não se compram. Que não se comparam. Ah, quem me dera poder ser a pessoa que torna os sonhos de outra pessoa reais. Todos os domingos poderiam ser felizes. E eu não me importaria se todos os dias fossem como este. Assim, todos os domingos poderiam ser iguais.

*Regulamento para ler esse texto: Escolha sua música favorita, esteja num momento cute e deixe seu coração aberto. Não me decepcione, leitor!